8 de nov. de 2016

Quando revi meus conceitos de make

Não sei bem como isso aconteceu, eu só sei que um dia eu tava me perguntando quando foi que maquiagem começou a ser tudo isso, esse reboco, esse monte de produto que no fim parece mais uma máscara.
DISCLAIMER: não tô querendo afrontar ninguém com esse post. Se você gosta, ok. Tô aqui pra contar apenas minha experiência e propor uma reflexão.
Eu lembro que quando eu era novinha as mulheres mais velhas tinham pouca coisa de maquiagem. Era um lápis preto, um batom e uma sombra clarinha. Quem lembra disso também? E aí foi outro questionamento: como foi que de repente nós mulheres vimos um mercado que praticamente diz que a gente precisa ter todos aqueles produtos pra ter a maquiagem certa, a pele perfeita? Eu sei, a indústria toda é sobre isso, mas o questionamento é: quando a gente passou a acreditar nisso?
foto do meu instagram: @ssobreviver
Já faz um tempo que eu venho pensando nisso. Um bom tempo. Quando uma coisa me pega eu passo tempos refletindo sobre aquilo. Acho que tudo começou quando eu endoidei por um delineador azul. Imagina, onde o padrão é côncavo marcado com sombra marrom lá tava eu me interessando por um delineador azul. E isso parece simples, mas foi o começo da minha libertação. E acho que foi semana passada só que eu entendi uma coisa: meu gosto por maquiagem mudou. Na verdade, eu nem sei se algum dia eu realmente gostei do "padrão" de maquiagem, principalmente quando tudo é sobre contorno, sobrancelha perfeita e pele impecável. Acho que eu tava mais no automático, aquele momento que antecede a mudança, sabe? Talvez isso tenha vindo junto com a transição do meu cabelo que me fez enxergar coisas em mim, me encontrar, me identificar comigo mesma. Sabe quando você sai colocando os pingos nos is internos?
Eu já disse aqui que não gosto da palavra tendência, muito menos de segui-las, mas o SPFW esse ano tava com makes incríveis. Incluindo delineador branco, muito glitter e muita cor.
Esse processo ainda não acabou. Ainda tô descobrindo várias coisas, como: qual é minha pele "perfeita" porque definitivamente não é com base extra matte porque eu tô correndo daquele resultado engessado, além de ter que aceitar que no calor da cidade que moro base nenhuma se sustenta. Tenho testado algumas coisas e pensado em muitas outras nesse processo todo. Por exemplo: talvez seja por isso que muitas mulheres não gostam de maquiagem, porque talvez elas não tenham tido nem a motivação necessária para se perguntar "do que eu gosto na maquiagem?"
Isso tudo me faz pensar na importância que a maquiagem tem no nosso processo de empoderamento.


Eu me peguei muito triste quando terminava de me maquiar e não ficava satisfeita com o resultado. E definitivamente não quero desfazer meu relacionamento com a maquiagem porque eu gosto, mas não quero ser escrava dela. Eu quero que ela sirva para que eu possa me expressar! E hoje eu prefiro um delineador azul mesmo, muito glitter sim!

Se você abrir meu painel de maquiagem no Pinterest vai entender mais ou menos a minha vibe.

E ultimamente três canais no YouTube têm sido minhas referências: Meu Glitter, Minha Vida - Bliss Me TV - LaMadelynn. Os dois primeiros são feitos por maquiadoras profissionais, que não apenas te ensinam apenas técnicas, mas te fazem pensar sobre maquiagem, te fazem entender as coisas. O último é gringo e não é conteúdo exclusivo de maquiagem, mas ela faz alguns vídeos de algumas makes dela que me fizeram ver que não é preciso aplicar muito produto na pele, mas sim pensar no conceito, numa ideia, e deixar a pele mais livre. E tenho amado demais isso.

Tô finalizando esse post como se tivesse feito as pazes com a vida, aliviada. É muito incrível quando a gente roda aquela chavinha imaginária e as coisas se abrem dentro de nós, né? O seguinte então agora é esse: começo um novo momento com a maquiagem. Um em que eu usarei todas as cores, texturas e traços para expressar quem eu me tornei - a vida toda deve ser sobre usar o que chega até nós da melhor forma.

Qual é sua relação com a maquiagem? Me conta aí! 

12 comentários:

  1. nossa. é incrível como a maquiagem é "imposta"!
    juro que quando fiz meus 15, 16 anos, (sempre fui meio meninona) minha mãe me apareceu com umas maquiagens e disse que aquilo definiria minha "feminilidade" e que a partir de então eu deveria me cuidar melhor... incrivelmente segui a onda durante algum tempo, pq TODAS minhas amigas usavam, todas as pessoas que eu tinha como referencial usavam... hoje com 23 anos digo claramente: não uso maquiagem no dia a dia. e quando preciso usar maquiagem opto por rimel e batom, no máximo um blush e pó. se exigir muito. ninguém tem que se maquiar pra ninguém, se a pessoa não gosta ela não deve usar, agora se ela quer usar um glitter verde na cara tem que ter liberdade de fazer isso sem ninguém julgar. a pele perfeita não existe e ninguém e obrigado a correr atrás dela!

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    1. exatamente isso, Rhayanna! Concordo com tudo o que você falou. Espero que a gente possa ir desconstruindo essas ideias tortas juntas. <3

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  2. Olha só, meu conceito com maquiagem é uma coisa totalmente fora da tendência, dos padrões e tudo mais, por um motivo muito simples: sou descendente de oriental!

    E sabe o que, geralmente, fazem com maquiagens para orientais? Todo mundo quer AUMENTAR os meus olhos, fazer aquele côncavo marcado para ficar com um olho gigante. E o que eu quero? Quero meu olho do tamanho que ele é uai! Qual o problema de ter olho pequeno? Por isso, tenho preguiça de seguir tutoriais brasileiros para olhos orientais, é sempre a mesma história...

    Aliás, tenho preguiça de me maquiar. Sou mais de batom, e o tal delineado, eu raramente uso preto, faço colorido (verde, azul, roxo ou misturo essas cores).

    Beijos, Isis!
    www.isistomie.com
    www.elefantevoador.com

    PS: Os artigos linkados estão em amarelo com a letra em amarelo, não dá para enxergar, só dá para ver quando passa o mouse em cima.

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    1. Nossa, isso que você falou é muito verdade. As pessoas SEMPRE querem mudar o que somos. E obrigada por avisa sobre os links. <3

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  3. Uma coisa que penso muito: gostar de beleza não te torna fútil, desde que te faça feliz, desde que você se aceite, se questione e leve de maneira leve.

    Muitas pessoas usam (não só a maquiagem, mas muitas outras coisas) só por estar na moda e acabam desaparecendo na versão de si, se tornando refém das coisas e isso é tão chato.

    Adorei sua reflexão, muito necessária!

    Um beijo
    www.nossorelicario.com

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    1. sim, sim, sim! acho que um dos grandes problemas da humanidade toda é ir só na onda sem parar pra refletir sobre aquilo. fico feliz que tenha gostado do texto <3

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  4. Que post incrível guria! Eu concordo demais com você! Sempre que vejo as fotos da Kylie Jenner e vejo quantas camadas de base, corretivo e finalizadores que ela usa, fico apavorada, ainda mais porque muitas meninas estão se inspirando nela!
    Eu uso - em dias de saída ein! nada de semana - base, pó, rímel e delineador, no máximo uma sombra OU um batom, e descobri que não tenho a metade das coisas que as meninas de hoje em dia tem!
    Eu também amo delineadores coloridos, amo o meu prateado e mesmo não vendo nenhuma it girl usando, continuo a usar, porque eu tenho que ME expressar, não seguir o que a mídia está mandando eu seguir.

    Um beijo
    janainebagatini.com

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    1. Ahh, fico muito feliz que tenha gostado, Janaine! Menina, sim, as Kardashians foram as grandes responsáveis por essa onda de contorno e isso é muito preocupante quando você vê mulheres querendo entrar no padrãozinho do rosto perfeito. E me conta onde você comprou esse delineador prateado PELO AMOR DE DEUS!!! Beijo e obrigada pelo comentário. <3

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  5. Acho que minah relação com a maquiagem se resume no que você mesma escreveu: "definitivamente não quero desfazer meu relacionamento com a maquiagem porque eu gosto, mas não quero ser escrava dela. Eu quero que ela sirva para que eu possa me expressar!"
    Eu quase não me sinto eu mesma sem um batom vermelho, acho que faz parte de quem eu sou, mas quando paro pra pensar no tempo que já perdi por causa disso, os minutos que deixei de dormir pra ir pra escola maquiada e coisas assim a muitos anos atrás... Sei lá, acho quase surreal!
    Assim como você eu não vejo nada de errado, mas parei pra pensar até que ponto eu me maquiava pra mim e não pros outros. O que eu achava divertido e o que achava obrigação! A partir do momento que descobri isso ficou tudo uma delícia!
    Nunca tinha parado pra pensar nisso de hoje existir uma gama de produtos milhares de vezes maior do que existia antes. Minha mãe tem um estojão que é até muito pra ela, enquanto isso eu me classifico como alguém que tem pouca maquiagem mesmo precisando de uma caixona pra guardá-las! E olha que eu já a influenciei muito nisso, senão seria um "estojinho", que loucura...

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    1. Oi, Luly! Desculpa pela demora em te responder. Fico feliz demais de receber um comentário como o seu porque adoro ler sobre a experiência das pessoas sobre o tema que escrevi pra ouvir outros lados da história, sabe? Obrigada e fique por perto! <3

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  6. Ameei o post!
    Acho que também tô vivendo essa "transição interna", tentando me reconhecer nas makes que faço, nas minhas roupas, sapatos... é uma sensação libertadora mesmo, quando a gente se vê no que a gente faz, no que nos rodeia, sensação de amor próprio :3
    Não conhecia os canais mas vou conhecer agora viu, beijos ♥
    Ganurb

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    1. Simmmmm, é uma sensação libertadora e diária! E espero que goste dos canais. HAHAHAHA fique por perto ♥

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